Político, republicano e comerciante. Chegou a administrador do concelho de Gondomar nos primeiros anos da República.
Natural de Achete, Santarém, nasceu em 1869, filho de José Francisco Ferreira e Silva e de Maria da Silva Vieira. Veio ainda jovem trabalhar para o Porto, primeiro como marçano e depois como empregado de comércio.
Começou a trabalhar na “Casa do Cristóvão”, em Rio Tinto, paredes meias com a casa da sua futura mulher. Conheceram-se numa prova de vinhos e nunca mais se largaram. Após o casamento foram viver para o Porto, entre o Bonfim e a Praça das Flores, mas regressaram a Gondomar e adquiriram uns terrenos, junto à estação de comboios de Rio Tinto, no local onde hoje se encontra o Externato Camões. Construíram aí uma casa e uma quinta, pois gostavam de estar rodeado pela Natureza.
No Porto contatou com o movimento republicano, inscrevendo-se como sócio do Centro Republicano do Porto, na Praça dos Poveiros. Destacou-se logo pelo seu empenho e ativismo, tornando-se amigo próximo de Afonso Costa, destacado líder republicano.
Após a implantação da República, foi nomeado administrador do concelho de Gondomar, no ano de 1919, lugar que ocupou até 1926. Nessa altura havia uma certa autonomia, mesmo económica, no poder local. Chegou mesmo a existir dinheiro local, em forma de notas, com a assinatura do administrador do concelho.
Como comerciante, a atividade industrial e comercial de Adriano Lima foi um êxito. Em 1887 fundou um depósito e armazém para a indústria do calçado. Este armazém cresceu, em tamanho e reputação, sendo 30 anos depois o maior da Península Ibérica. A revista Ilustração Portuguesa, na edição de 2 de abril de 1917, chegou a trazer em destaque uma reportagem sobre a inauguração das novas instalações, localizadas no Porto.
Ainda podemos encontrar, na Travessa Passos Manuel, no Porto, a fachada desta histórica loja portuense, que se manteve aberta, ainda que com outros proprietários, até meados da primeira década deste século. Os azulejos desta fachada são, ainda hoje, motivo para uma visita e disparos das máquinas fotográficas dos turistas.
Adriano Vieira da Silva faleceu aos 76 anos de idade, no recato da sua quinta, em Rio Tinto, Gondomar.