Professor, jornalista, republicano e ex-padre. Autor de “O Concelho de Gondomar-Apontamentos Monográficos”, uma exaustiva obra, que em quatro volumes, traça a história do concelho, Camilo de Oliveira é um dos mais ilustres filhos de Gondomar.
De seu nome completo Camilo Martins de Oliveira, nasceu na Casa da Passagem de Cima, em São Cosme. Teve 13 irmãos, dos quais apenas nove chegaram à idade adulta. Após a instrução primária, Camilo quis continuar os estudos, mas o seu pai, como muitos lavradores da época, deu-lhe apenas duas opções: padre ou lavrador.
Ainda tentou resistir à sua falta de vocação, mas o amor pelo estudo foi mais forte. Ingressou no Seminário dos Carvalhos, concluindo aí o Curso Teológico. Exerce o sacerdócio, que abandona algum tempo depois, passando a dar aulas. Leciona Português, Francês, História e Geografia no Colégio de S. Carlos, no Porto, passando depois por várias escolas. Pelo meio, trabalha também como bibliotecário na Biblioteca Municipal do Porto. Termina a sua carreira de professor, por limite de idade, em 1944, na Escola Comercial Oliveira Martins, também no Porto.
Além do ensino, Camilo de Oliveira destacou-se na atividade literária e jornalística. Colaborou em inúmeros jornais da imprensa nortenha, fazendo parte da redação do jornal “O Norte” e chegando a diretor do semanário “ A Republica Portuguesa”.
Como escritor, publicou diversas obras desde 1906, data da sua estreia com “Uma Cilada Desfeita”, mas foi sobretudo a bem conhecida obra, “O Concelho de Gondomar-Apontamentos Monográficos” (1932/1938),que lhe deu sucesso e reconhecimento.
Figura multifacetada, Camilo de Oliveira também tinha uma participação política ativa. Republicano convicto, fundador do Partido Republicano Radical, o seu ativismo levou a que fosse uma das muitas vítimas da “Monarquia do Norte”, contragolpe monárquico liderado por Paiva Couceiro em 1919. Abandonou a vida partidária em 1925, dedicando-se à escrita e à pesquisa.
Camilo de Oliveira faleceu a 14 de agosto de 1946, estando sepultado no cemitério do Prado do Repouso, no Porto.