Nascido em Gondomar, correu o mundo dividindo a sua vida entre a Europa e o Oriente. Bispo de Pequim e do Porto, ficou famoso pela proximidade com as populações e o seu amor pelos livros.
Foi no lugar da Azenha, em São Cosme, Gondomar, que nasceu João de França Castro e Moura a 19 de março de 1804. Como era habitual na época, foi entregue aos 11 anos a um familiar, o seu tio Dr. José de França Castro e Moura, para estudar Humanidades.
Em 1820 ingressou no Seminário de Santo António, no Porto, e em 1823 parte para Lisboa, onde, no Convento de Rilhafoles, recebeu preparação para a sua próxima jornada religiosa, ser missionário.
Partiu para Macau no ano de 1825, distinguindo-se no Oriente pelo seu trabalho na evangelização e proximidade com as populações. Ao mesmo tempo, tornou-se um estudioso das línguas dos povos orientais e é autor de um trabalho de tradução que merece destaque até aos dias de hoje.
O seu trabalho não passou despercebido à Santa Sé, que em novembro de 1841 apresenta D. João da França como novo Bispo de Pequim. Exerceu o seu bispado até que, 28 anos depois da partida para Oriente, D. João da França regressou finalmente a Portugal.
A 1 de abril de 1853 fixou a sua residência em Lisboa e quatro anos depois, em 1857, regressou ao Porto para viver junto de sua mãe, na Quinta do Pinheiro, em Campanhã. D. João esperava viver calmamente e dedicado à escrita, mas o destino deste notável gondomarense não estava totalmente cumprido.
Com a morte do Bispo do Porto, D. António Bernardo da Fonseca Moniz, D.João é escolhido para seu sucessor e a 30 de agosto de 1862 fez a sua entrada solene na Catedral da Sé do Porto. O seu bispado duraria até outubro de 1868, data do seu falecimento no Paço Episcopal.
A vida de D. João de França Castro e Moura marcou e terminou uma época histórica do Padroado Português do Oriente, deixando a Gondomar, Portugal e ao mundo a memória de um notável missionário e estudioso da cultural oriental.