Historiadora, poetisa, cronista e investigadora. Minhota de berço e gondomarense por opção, dedicou uma vida inteira às letras, às mulheres e à singularidade de fazer a diferença.
Josefina Teresa Fernandes Moreira era natural da Quinta d'Armada, freguesia de Riba de Âncora, conce¬lho de Caminha. Fina d’Armada, para si, não era um pseudónimo, pois era assim que a tratavam desde criança na terra onde nasceu. Rio Tinto, concelho de Gondomar, foi a sua segunda casa, onde se radicou desde os anos 1980 do século passado.
Formou-se inicialmente no ensino primário, depois licenciou-se em História pela Universidade do Porto. Deu aulas de História e Português, percurso interrompido para se dedicar á investigação em 1977, quando obteve uma bolsa do Instituto Nacional de Investigação Científica para escrever “A Mulher Portuguesa na Primeira República”.
Dessa investigação resultaram seis livros sobre Fátima, quatro deles escritos em parceria com Joaquim Fernandes, professor na Universidade Fernando Pessoa, publicados pela Bertrand, Estampa e Ésquilo. Em 2003, concluiu o mestrado em “Estudos sobre as Mulheres”, na Universidade Aberta. A tese para esse mestrado foi publicada sob o título “Mulheres Navegantes no Tempo de Vasco da Gama” (Ésquilo, 2006). Com esta obra foi galardoada com o prémio “Mulher Investigação Carolina Michaëlis de Vasconcelos, 2005”.
Literariamente, iniciou a publicação de artigos em Viana do Castelo, quando tinha 16 anos, no jornal “A Aurora do Lima”. Entre 1969 e 1984, manteve uma crónica mais ou menos semanal no “Jornal de Notícias” e no “Comércio do Porto” entre 1987 e 1991, e depois entre 1995 e 1999. Tem outras publicações em dife¬rentes jornais e revistas, como na revista do jornal “Expresso”, sobre “As Mulheres nas Descobertas”. “O Segredo da Rainha Velha” (Ésquilo), publicado em 2008, foi o seu livro de maior sucesso e o mais vendido.
Em Gondomar, publicou, em coautoria, com outros autores do concelho, “Rio Tinto – Apontamentos monográficos” (1999), “António de Sousa Neves” (2001), a “Monografia da Vila de Fânzeres” (2005) e “Cinco Enterros do João” (2006).
Autora de 12 obras individuais e de 39 em coautoria, os temas dos seus trabalhos versam sobretudo a temática feminista, fenomenologia, história das mulheres, descobrimentos e história local.
Homenageada pela UMAR, em 2010, “por uma vida inteira dedicada à causa das mulheres”, e pela Câmara Municipal de Caminha, também em 2010, com a medalha de Mérito Dourada, “por uma vida inteira dedicada às letras, às mulheres e à singularidade de fazer a diferença”,
Em 2013, as freguesias de Rio Tinto e Baguim do Monte prestaram-lhe homenagem, imortalizando a sua poesia numa placa colocada no jardim contíguo ao edifício da Junta de Freguesia de Rio Tinto. Fina d’Armada viria a falecer em 2014, em Rio Tinto.