Filho mais velho de uma família de Melres, este gondomarense foi Bispo de São Tomé e estudioso da Ordem Agostiniana.
Nasceu em 1667 no seio de uma das mais ilustres famílias de Melres, os Pinto Brandão. Filho de Pedro Pinto Cunha Brandão e de Serafina de Andrade, foi batizado na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, vila de Melres, com o nome de João Pinto Brandão.
Sendo o filho mais velho, enveredou cedo pelo estudo religioso e aos 13 anos encontrava-se já no Colégio dos Órfãos no Porto. Distinguiu-se aí no estudo das grandes obras latinas e no domínio da retórica, chamando a atenção dos monges agostinianos. Ingressou na Ordem dos Religiosos Descalços e foi no Convento de Nossa Senhora da Piedade, em Santarém, que a 22 de julho de 1693 fez os votos e mudou o nome para Frei João de Sahagum, em homenagem ao santo e mártir católico João de Sahagum.
O seu exemplo de retidão e estudioso tornaram-no um exemplo dentro da Ordem, crescendo nele o desejo de partir em missão para África. Após a morte do pai, deixou o morgadio de sua família à sua irmã Guiomar e partiu para a ilha de São Tomé. Tornou-se missionário e após sete anos de serviço, no ano de 1709, foi nomeado Bispo de São Tomé. Empenhou-se em aplacar as graves discórdias que dividiam o cabido e restante clero, mas sofreu tantos desgostos que em 1714 foi a Lisboa solicitar a renúncia do cargo, o que não lhe foi concedido.
Retornou assim a África, onde assumiu um papel importante na defesa dos cristãos desta colónia. São tempos conturbados e marcados pelos ataques franceses à ilha, que culminaram na destruição da Igreja de Nossa Senhora da Conceição. No entanto, em 1719, Dom João de Sahagum inicia a reconstrução deste local de culto, erigido ao lado do convento dos eremitas da Ordem de Santo Agostinho.
Dom João de Sahagum, o gondomarense que abdicou do morgadio para espalhar e defender a fé católica, abandonou o bispado em 1730, regressando ao enclausuramento do Convento de Nossa Senhora da Piedade, em Santarém, onde acabou por falecer no ano de 1731.