Ator, encenador, autor, tradutor e jornalista. Marcou uma época e gerações de amantes do teatro.
Manuel Monteiro Meireles nasceu a 18 de setembro de 1970, em Valbom. Filho de um dos fundadores da Escola Dramática e Musical Valboense, foi aqui que o jovem Monteiro Meireles contatou com o teatro.
Aos 17 anos estreou-se como ator na peça “D. Beltrão de Figueiroa”, de Júlio Dantas. Nunca mais parou de trabalhar e amar o teatro. Contemporâneo de António Pedro, considerado o pai do teatro moderno português, Monteiro Meireles seguiu os seus ensinamentos de transformação e renovação.
Revolucionou a maneira de fazer teatro em Gondomar e no País. A sua dedicação e amor deixou frutos em inúmeros grupos de teatro amador, dentro e fora do concelho. Além da Escola Dramática e Musical Valboense, Monteiro Meireles trabalhou também no Grupo de Teatro da Ala Nun’Alvares, no Grupo Mérito Dramático Avintense e no Orfeão de Gondomar.
As suas encenações eram um exemplo de qualidade e profissionalismo dentro do teatro amador. Um dos seus trabalhos mais conhecidos, “O avançado centro morreu ao amanhecer”, de Augustin Cuzzani, e levado a cena em 1970, foi considerado, pela crítica da época, superior ao da maior parte das companhias profissionais.
Nos anos 60, 70 e 80 do século passado, Monteiro Meireles encenou e criou dezenas de peças, dinamizando o teatro de uma forma inédita até então. Como encenador, autor e tradutor, enriqueceu o reportório teatral dos grupos por onde passou, tendo ainda tempo para se aventurar no jornalismo, colaborando no “Notícias de Gondomar”. Marcou também o movimento associativo gondomarense, tendo sido, em 1994, um dos fundadores e o primeiro Presidente da Assembleia Geral da Federação das Coletividades do Concelho de Gondomar.
Pelos relevantes serviços que prestou à cultura e ao concelho, o Município de Gondomar atribuiu-lhe, em 1991, a Medalha de Mérito (Classe de Ouro).
Após quase seis décadas de luta e dedicação à cultura em geral e teatro em particular, Monteiro Meireles faleceu em 1995, sendo nesse mesmo ano homenageado, postumamente, pelo INATEL. Foi-lhe atribuído o Prémio de Mérito do Teatro Amador.
Como muitos dos amigos e admiradores confessaram, “partiu o último dos criativos”.