O Rio Douro ao longo de 32 Km – desde Melres até Valbom – acompanha Gondomar, sendo este concelho possuidor, através da sua relação com o rio, de um Património Etnográfico único, de costumes ancestrais, que o atestam a pesca da lampreia e a pesca artesanal que ainda se praticam na freguesia da Lomba.
Gondomar, é, igualmente, terra de tradições agrícolas, onde, ainda, alguns lavradores praticam a chamada agricultura tradicional – que se traduz numa forma de trabalhar a terra que se vai transmitindo de geração em geração, ao longo dos séculos.
Se analisarmos a tradição agrícola, podemos encontrar, ainda, casas de lavoura, que se mantiveram inalteradas ao longo dos tempos, como é o caso da Casa de S. Miguel, sita na freguesia de Gondomar (S. Cosme). Ainda na área do Património Rural, podemos observar, em todas as freguesias, os chamados “Espigueiros”, pequenas construções em madeira e granito, destinadas a armazenarem em boas condições as espigas de milho, para futura utilização. Em termos de Património Histórico, é importante a assinatura em Valbom da Convenção de Gramido, no ano de 1847, a qual pôs fim à guerra civil que na altura assolava o nosso país. Atualmente, a casa onde foi assinada a Convenção foi totalmente recuperada no âmbito do Programa Polis. Propriedade da Câmara Municipal, a Casa Branca está classificada como Imóvel de Interesse Público.
No que toca ao Património Artístico, existem belas igrejas com talha dourada e azulejos, como é o caso das de S. Cosme, Rio Tinto e Foz do Sousa, que destacamos. Ainda no âmbito da azulejaria, é de realçar o conjunto de painéis existentes na Estação de Caminhos de Ferro de Rio Tinto, da autoria do pintor João Alves de Sá, provenientes da Fábrica Viúva Lamego, datados de 1936. Os referidos painéis ilustram aspetos da vida quotidiana de Rio Tinto, na altura, bem como a lenda que deu origem à atribuição do nome Rio Tinto. É de mencionar, a ourivesaria de Gondomar, atividade que regista uma muito considerável percentagem da produção nacional. Uma referência para a Indústria de Marcenaria, que, também ocupa um lugar de destaque no Concelho de Gondomar.
Quanto ao Património Construído, existem no Concelho vários solares seculares, sendo um dos mais importantes o solar da Casa de Montezelo, sito em Fânzeres, que juntamente com a belíssima magnólia, existente no átrio do imóvel, com trezentos anos, está classificado como Imóvel de Interesse Público.
Na freguesia da Foz do Sousa podemos observar a Ponte da Foz do Sousa, que serve a circulação rodoviária da Estrada Nacional n.° 108. O projeto desta Ponte é da autoria do Engenheiro Edgar Cardoso. A ponte, de menor dimensão, tem os mesmos traços arquitetónicos da Ponte da Arrábida, tendo servido de ensaio à construção desta última.
Em relação ao Património Natural, para além do Rio Douro, que nos oferece paisagens de uma beleza indescritível, podemos ainda encontrar em Gondomar, pedaços de natureza, com carvalhos, castanheiros, e pinheiros, principalmente ao longo do curso do Rio Sousa e Rio Ferreira, os quais atravessam respetivamente as freguesias de Foz do Sousa e Covelo, e as freguesias de São Pedro da Cova e Foz do Sousa.
No que respeita ao Património Industrial, é de referir a Indústria de extração mineira de São Pedro da Cova, que num passado ainda recente, empregou em especial, muitos São Pedrenses, sendo um símbolo dessa atividade industrial o Cavalete de S. Vicente, "ex-libris" daquela freguesia. Das indústrias têxteis que laboraram anos a fio em Rio Tinto, é de mencionar a Indústria Têxtil de Cabanas, e a Mondex – Fábrica de Malhas do Mondego, Lda, cujo grupo de empresa chegou a ter nos seus quadros, na década de setenta, cerca de 2.200 funcionários.
Por fim, uma nota para o facto de, em tempos, ter existido a Fundição de Sinos de Rio Tinto, a qual somou cerca de 100 anos de existência. Apesar de atualmente já ter encerrado atividade, esta e a Fundição de Sinos de Braga foram, durante muito tempo, as únicas a laborar em Portugal.
Para aprofundamento desta informação, solicite o Roteiro do Património Cultural de Gondomar.